segunda-feira, 28 de julho de 2008

Pequenos Detalhes

Eu sempre percebi que a rotina parece incomodar a maioria das pessoas, algo a trazer desconforto a muitos indivíduos como se fosse o pior dos dissabores, uma situação adversa. Noto que muitos demonstram estar insatisfeitos por viverem num plano, num roteiro em uma rotina, o que os impede de enxergar a beleza da rotina.
Quero crer que muitos não perceberam ainda a riqueza de suas ações cotidianas, ou mesmo não se detiveram nos detalhes de seu comportamento, desde o levantar pela manhã até encerramento das atividades para descansar ao final da noite.
Ousaria afirmar que nós, muitas vezes, não prestamos atenção ao conteúdo das conversas das quais participamos, nem observamos com atenção devida as palavras que emitimos, isto é, o significado de nossa comunicação. Às vezes, nem mesmo distinguimos nossas atitudes e gestos empregados nas relações com nossos amigos, colegas ou desconhecidos.
A rotina tornar-se-á admirável para todos quando nos abrirmos para o mundo que vislumbramos e estamos a buscar, porque isso só acontece a partir de nós mesmos e não dos outros. O gesto rotineiro ou a ação a que nos refratamos serão sempre um espetáculo quando nos desfizermos do olhar preconceituoso que trazemos na bagagem do orgulho que carregamos; que nos põe nos degraus da arrogância e auto-suficiência.
Sou defensor da rotina, da vida simples que nos conduz à sabedoria. Aliás, a simplicidade da vida nos faz amantes da rotina, porque temos a chance de observar mais para aprender sempre, cativar as pessoas, conquistar o mundo e viver a vida verdadeiramente.
A rotina não delimita o ser humano; ao contrário, as pessoas se limitam nas ações rotineiras e vivem a resmungar e a se queixar da vida que levam porque não possuem a habilidade suficiente para driblar os desafios aos quais são submetidas.
Nossas contradições, todavia, não nos permitem (como no fundo, no fundo, gostaríamos!) lembrar que só valorizamos alguém ou algo quando não mais encontramos ou perdemos e não temos mais sob o nosso controle aquilo que imaginávamos não ter importância.
Só valorizamos a vida quando estamos impedidos de viver nossa liberdade; consideramos a família quando estamos muito longe de nossas casas; enaltecemos nossos pais quando já não fazem parte do nosso convívio. Estufamos o peito ao falar daquele velho amigo, que está longe, mas quando estava perto, não dávamos o devido valor, deixamos escapar momentos únicos, deixamos a vida cair no ócio, desvalorizamos aquele sorriso, aquele obrigado ou aquele simples bom dia. Penso e proponho-me a viver assim, prezando os mínimos detalhes, valorizando aqueles pequenos gestos, que por mais ínfimos que sejam, nos empurram pra frente e nos fazem uma pessoa melhor, mais sociável e de bem consigo mesma.

2 comentários:

Unknown disse...

Po fernando tu escreva pacas, massa veio parabéns pelo texto, não conhecia este lado escrito hehe falow veio

Fernando Locke disse...

"Só valorizamos a vida quando estamos impedidos de viver nossa liberdade; consideramos a família quando estamos muito longe de nossas casas; enaltecemos nossos pais quando já não fazem parte do nosso convívio. Estufamos o peito ao falar daquele velho amigo, que está longe, mas quando estava perto, não dávamos o devido valor, deixamos escapar momentos únicos, deixamos a vida cair no ócio, desvalorizamos aquele sorriso, aquele obrigado ou aquele simples bom dia. Penso e proponho-me a viver assim, prezando os mínimos detalhes, valorizando aqueles pequenos gestos, que por mais ínfimos que sejam, nos empurram pra frente e nos fazem uma pessoa melhor, mais sociável e de bem consigo mesma" CREIO QUE VOU LEVAR PRA SEMPRE ISSO COMIGO.

certissimo cara! a rotina não é ruim. o ruim é como encaramos ela. uma frase q euvi uma vez: "a familiaridade é um mito. quanto mais vc acha que conhece uma coisa, menos importancia dá a ela." pq quando andamos pelo centro da cidade não nos deslumbramos com as árvores, coma chuva, com os prédios? pq nos "acostumamos". achamos q sempre vão estar lá. e quando somem, sentimos falta. devemos sempre cuidar oq fazemo, prestar atenção,e como disse no post anterior, viver o prsente sempre, não é só pq vc viu aquilo uma outra vez ele perdeu a mágica, sempre temos q ter os olhos de uma criança, sempre.