domingo, 21 de setembro de 2008

A dor que dói mais...

Trancar o dedo na porta dói. Bater o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói. Dói bater a cabeça na quina da mesa.
Dói morder a língua, dói cólica, cáries e pedra nos rins.
Mas a que mais dói é a saudade.
Saudade de um parente que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade das brincadeiras, da inocência.
Saudade de um ente querido que já não se encontra entre nós.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijo.
Saudade da presença e até da ausência consentida.
Saudade das longas conversas.
Saudade daquela mania irritante que ela tinha de passar a mão
no cabelo de cinco em cinco minutos.
Saudade daquele sorriso que só ela sabia dar.
Mas a saudade também é não saber.
Não saber se ela continua se gripando no inverno.
Não saber se ela continua viajando, lhe amando.
É não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos,
não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento.
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música.
Não saber como vencer a dor de um silêncio..
que nada preenche.

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