quinta-feira, 31 de março de 2011

A Vida e o Papel

Das minhas mais estranhas idéias de comparações, inusitadamente pensei no papel e na vida. Eu comparo as coisas só pra mim, não falo muito a outras pessoas, acho desleal comparar pessoas, coisas... mas essa é interessante.
Ao nascermos, nossa vida é como um papel em branco, que ao longo do tempo nós escrevemos nossa história nela, que se transforma em um livro, em que para alguns o resultado final é somente uma pequena edição de bolso, pra outros sua vida é do tamanho de uma enciclopédia.
E não me venha com essa de que temos um destino préviamente traçado.
Não acredito nisso.
Não suporto a idéia de não ter controle sobre a minha vida, mesmo que isso seja verdade, quero viver toda minha vida, pensando que fui eu que tomei todas decisões e não vivi, apenas o meu "destino".
O Papel está em todo lugar, ele é o coração que tu magoa e o teu coração magoado.
Antes de você magoar alguém faça isso:
Pegue uma folha de papel branquinha, sem nenhum amassado.
Amasse.
Faça uma bolinha de papel.
Depois abra cuidadosamente e tente desamassar o máximo possível, para que ela fique o mais próximo do que era.
viu?
Ficou toda amassada ainda, não volta mais ao seu estado inicial.
É assim que fica o coração de quem você magoa, ou o seu coração magoado.
É um machucado, é aquele rachado da vidraça, que por mais que tu cole, não volta a ser o que era antes, é apenas uma vidraça rachada.
Você pode reciclar o papel, mas não a sua vida, pode apenas reciclar a vida que tu leva.
Que vida que tu leva?
Quantas vezes tu já se reciclou?
E quantos papéis tu já amassou até hoje e o teu papel?
Pense.

Voltar atrás, palavras de quarta à noite e fracasso opcional

Mesmo se fossem necessárias uma, duas ou três tentativas fracassadas de voltar atrás pra então conseguir, ou não... voltar atrás, eu digo...
Você tentaria?
Eu sei que não.
Talvez o fato de o brilho ter se apagado ao me olhar, de ter conhecido outras árvores pra pousar, talvez qualquer outra bobagem, que me suprisse.
Ser vencido no cansaço é uma das piores derrotas, porque você perde tudo no final, porque além de tu perder, tu já perdeu as forças.
É aquela derrota irremediável.
Quem nunca desejou voltar atrás?
Nem que fosse apenas pra viver de novo uma velha alegria, sem mudar sequer um ponto final?
Sim, desejo todos os dias.
Mudar caminhos que tomei, pensamentos que sonhei.
Então por que diz que não sabe se quer?
Não sei se quero fracassar.
Fracassar não é opcional.
Mas às vezes é preciso, você sabe. Pra chegar finalmente no que importa.
Mas o que é que realmente importa?
Será que o que realmente importa espera por nós assim, aos trancos, com cicatrizes, traumas, medos...?
Não sei dizer. Mas juro que se eu pudesse voltaria atrás.